Anjos Suicidas

O voo belo sofre queda retumbante

À luz fúnebre, sob a lua inesperada;

Pétalas que despedaçam a alma brilhante

Na música silente, silente pancada...

Jaz no baque sutil o medo castigante

De quem voou eternamente para o nada...

Restou a dor e o desespero lancinante

De quem achou o anjo sem luz na madrugada...

Ismália na torre e seu sonho angustiante

Vê Ofélia lá no rio sendo afogada,

Mas ninguém vê, pois a lua está ofuscante...

Ismália pula — Ofélia jaz desacordada —

Sem conseguir nadar, vê-se insignificante...

Perante a lua e o mar se perde imaculada!

Gustavo Valério Ferreira
Enviado por Gustavo Valério Ferreira em 22/03/2021
Reeditado em 22/03/2021
Código do texto: T7213303
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