O SAMBA (SONETO)

O SAMBA (SONETO)

"DO SAMBA PARA O SAMBA"

Autor: Paulo Roberto Giesteira

O samba que surgiu no sobe, desce e convívio dos morros boletins...

Com vários crioulos tocando uma viola, uma cuíca, um pandeiro e um tamborim,

Com muitas letras de músicas que foram compostas a temas serafins,

Goles alegres ou tristes de cada beco, casas, barracos, biroscas ou botequins.

Cantoria juntadas aos tambores a sessão solene e funebre do gurufim...

Jeito Moleque do primeiro samba gravado do esquindô... esquindô... e do esquindim... esquindim...

As Tias mães doceiras ou salgadeiras que aglomeravam em suas casas estes querubins...

Pelo telefone que antigamente tocavam trim trim trimmm...

Sobre um terreiro, quintal ou quadra de samba a violão, banjo e bandolim,

Avenida como passarela, sobre muitos alarmes sambistas dos batuques festins,

Congada, Umbigada, Lundu, lata com carvão aceso vendendo amendoim.

Mascarados, piratas, palhaços, espantalhos, fantasmas, pirralhos, e arlequins,

Pernadas ou rabos de arraias das rodas ressoadas a um estrondoso plim, plim, plim...

Origens dos reco-recos, chocalhos acompanhado de um cavaquinho ou flautim.

Agogôs alegres que ressoam sob o som de pim, pim, pim, pim, pim, pim...

Carnavalescos que constrói pelos enredos como de um espadachim,

Daqueles que chegaram lá das bandas nordestinas e do Senhor do Bonfim,

Lantejoulas daquilo que permanece brilhante as cores relevantes como carmim...

Boemias noturnas ou diurnas que inspiravam seus integrantes por todos os confins,

Inesgotável inspiração que construía a sua alma artística pelo barulho de um clarim,

Descrevendo o que ganhou, gastou ou mesmo perdeu como um tesouro branco marfim;

Fazendo no pé entre os sambistas é como passear a pé de trampolim a trampolim.

Naquelas passadas ligadas as cadências deslizadoras lisamente sobre pisos, assoalhos ou capins,

Malícias e gingados dos passistas a se pendurar conforme um xaxim,

Origens negras ocupantes daquelas terras afros a aculturar pelos seus xim-xins.

Prateleiras a vender cocada, pé de moleque, jaú, pipoca, milho cozido ou quindim...

Compassando os surdos, repiniques, tarol com o mestre de bateria ou coisas assim...

Batuque na cozinha batucando a mesa, balcão ou caixa de fósforo estopim...

Pelos seus ritmos a elevar e mostrar as coisas boas esquecendo as ruins,

Danças alucinantes que balançam a quem ouve como quem começa a gostar e fica a fim,

Enredos como de Abel bíblico morrendo com o golpe fatal do irmão Cain...

Gelatina as caldas coberturas com pedaços de frutas sobre um saboroso pudim.

Feitos brinquedos a precisão de quem sabe a se equilibrar flutuando sobre patins,

Frio horripilante que faz as aglomerações e os pulos dos saltitantes pinguins...

Pimentas ardentes feitas no azeite ou óleo, a algumas as folhas picantes do alecrim;

Samba de quem faz no pé até mesmo do tripé coreografado a arte musical outrossim.

Maracas chacoalhando pedras dentro de um barulho tupiniquim...

Roda de samba, pagode, partido alto, samba de roda ou quadra, canção a um gracioso sim...

Transformando como integrante a ouvir e a sambar como decorrer da proximidade babalotim.

Batucando vibrante aquece o corpo suado alcançando o seu determinado fim;

Sambando feliz esquecendo da vida do que está por vir pelo que, enfim...

Ôlêlêô... Ôlêlêá... ou olê olá, olê olá, a taça de cristal brindando com tim tim...

Olelê... Olelê... Olalá... Olalá... Tecidos de brim a um brilhante cetim...

Esquindô lê, lê, e do Esquindô lá, lá... brincando com o índio Curumim...

Enaltecendo o samba como uma coisa boa a exaltar, e a enfeitar algo de ruim.

Sinos tocando horas marcadas pela fé badalando Blim...blim...blim...

luxuoso chanel, ìndigo jeans ou a toda vestimenta a um categórico Brim...

Samba das feijoadas carregadas ou das receitas deliciosas a atrair um sim, sim...

Sambando no samba pelo balanço do Esquindô... esquindô... e do esquindim... esquindim.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 22/03/2021
Reeditado em 15/08/2022
Código do texto: T7213442
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