Vítimas

Vítimas todos somos?

Da existência sem alento,

Da famigerada saudade e seu tormento,

Do epílogo dos nossos sonhos.

Vítimas todos somos?

Do crepúsculo do feminicídio,

Do atroz e funesto infanticídio,

Da nefasta escravidão dos negros.

Da polícia e sua miríade de coação,

Da agressão sem razão,

Que oblitera o encetar da reflexão.

Vítimas todos somos?

Da asco e pueril prostituição,

Do nosso lucífugo silêncio, velado em lassidão.

Em X de novembro de MMXX. E. V.

Dies martis.

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 28/03/2021
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