Máscara da face

Ris para negar tua solidão

Mas nesse riso aparece a tormenta

E enquanto mais ri, no teu coração

O querido engano muito aumenta

Usas teu vício e perdes a razão

Pensas somente na taça agourenta

E o que era uma simplória diversão

Tua carne pensa que é sedenta

Mas, se queres, vai, continuas rindo

Com o teu olhar tristonho, mas sorrindo

Mesmo o teu mundo sendo tão sem cores

Na mesma noite que bebes teu vinho,

Pensas que o viver é viver sozinho

Enxugando as próprias tristezas, dores...

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 30/03/2021
Código do texto: T7219936
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