CAVALEIRO DOS ARES

Esparramo no chão delicadas sementes

e me entrego às visões, alimentos do peito:

imagino o esplendor de luzeiros ridentes

no passeio que leva ao cenário perfeito.

Coloridos painéis enlouquecem as lentes,

faço deles o amor das promessas, enfeito

a retina de sóis, fantasias virentes

que encontrei no pudor finalmente desfeito.

Celebrizo o prazer abundante na trilha

reservada aos febris cavaleiros dos ares,

tomo assento, a sorver o bafejo, afinal.

Não consigo vencer a vontade andarilha

na medida em que serve indizíveis manjares

o retiro da musa, apesar de irreal.