Pesarosas Notas

E quando aqui sonhando se lembrares,

Do tempo que se fora com carinho.

A fragrância hás de vires pelos ares,

Da rosa que se abriste em teu caminho.

E quando, a soluçares, tão sozinho,

Sentires a alma, triste, padeceres,

Serás pra ti, meu peito, como um ninho

Que em silêncio vais adormeceres.

Ao clarão de antigas reminiscências,

O negror sombrio dessas dolências,

Deixaste nessas ruas, tão queridas...

Na solitude fria dessas portas,

Eternamente como freiras mortas,

No peito para sempre adormecidas.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 08/04/2021
Reeditado em 20/05/2021
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