CASA DE SINHÁS
Sinhá Botão, Sinhá Flor, Sinhá Fruta,
Vivendo em jardim de um mesmo teto,
Tem–me por Beija-Flor e o objeto
Pelo qual se dão loucas à disputa.
Em pureza conduzo a conduta,
Não envieso olhar, nada é secreto,
E mesmo assim me faço o predileto
Laurel a pertencer a mais arguta.
Sinhá-Botão carrega-se em promessa,
E Sinhá-Flor se abre e arremessa
O cheiro que em Sinhá-Fruta ainda é rico.
Com força me mantenho puro e casto,
Mas não sei até quando... Um dia gasto
Na árvore do pecado o meu bico.