Milagre do pão
Em concha, o lavrador, abrindo a mão,
Entrega, à terra fértil, o grão de trigo.
Semente que, no solo, busca abrigo.
Com fé na mesa farta e plena em pão.
Rente ao torrão, acorda, sem perigo,
A tenra planta, ciente da missão.
Mirando o céu de sol, vivo clarão,
E a chuva mansa, e o vento em sopro amigo.
O verde intenso, logo, na campina
De ponta a ponta, inteiro predomina!
Um canto, em coro, com sabor de infância!
E, em breve, os campos de trigal maduro,
Vestido em ouro, intenso brilho, puro,
Anunciando um tempo de abundância!