Saudade
Velha saudade que meu peito veste,
À sombra do passado que morreste.
O lírio dos sonhares que me deste,
Nos místicos caminhos floresceste.
N'alva pálida ao brilho dos luares,
Embalado pelos trenos mortuários,
Que sonhei co'o fim dos meus pesares,
Na luz triste dos círios funerários.
Foste a solidão minha companhia,
No peito, ó alma silenciosa,
Enquanto não partires daqui um dia...
Hás de floresceres nos dias pulcros,
Essa saudade como branca rosa
N'alameda flórea dos sepulcros.