o que faz um poeta
Expor sua dor, e revelar que a tem
Mostrando sua causa e tamanho
É ai que nenhum poeta se contém
É aí que está seu foco, seu ganho
O poeta, já disseram, é fingidor
E inventa o que for preciso, sabe
E engana, até fiel leitor, com ardor
Até que sua desconfiança desabe
...Diz até que aquilo lhe causa dor
E mente, e insinua, sem pudor
Ele consegue, em gesto hipnótico
E este ardil, segue adiante, ciente
E todo ele, consegue deixar contente
E, pôr fé, no mais ferrenho agnóstico