AMOR AO RELENTO
AMOR AO RELENTO
Pra que sacrifícios...
Se meu amor é fraco?
Tão fraco quanto garoa no sertão,
Cujas gotículas são incapazes de pintar a caatinga,
Tingindo de verde aquela que jaz em sequidão?
Sacrifícios valerão a pena?
Promessas são abstratos sem poder de fusão,
Remendos novos as são em trapos velhos,
Pra alegrar miseráveis sem perspectivas,
Vítimas do “abandono” e da desprovidão?
Pelo furor do questionamento,
Estou deveras magoado,
O Amor em afluxo que jurarmos desbravar,
Será que deixei a traça do orgulho despedaçar?
Por que sacrificar-se?
Se a tempestade não acalma,
O encanto fendeu-se em decepção,
E a intolerância domina a alma?
O que aconteceu?
Minh'alma vive a perguntar,
Nada justificam esses questionamentos,
Que como forte terremoto,
Fez-me como cristal quebrar.
Adécio de Sousa Madrugada Molhada de 08/03/2018