NÃO MALTRATE A FLOR

O erro que eu erro não tem erro,

E nem preciso ferir à ética.

Apelo para a licença poética,

E da gramática faço o enterro.

Nem vou chorar a morte do bezerro,

Pois a tal licença é pra lá de eclética,

Vai da fonética à imagética,

Levando tudo para o mesmo aterro.

Só sei que não fui eu o responsável

Pela invenção deste tal instrumento,

Que só na poesia é aceitável.

Seu uso é opção, é um direito,

Só acho que parece um desrespeito,

Até mesmo um erro irreparável.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 11/05/2021
Reeditado em 11/05/2021
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