BERLINDA (modificado)

O que me espera às curvas da vereda?

O que reserva a mim o mundo, ainda?

Por que me jogam sempre na berlinda

os donos das verdades mais azedas?

É seca, recoberta toda em greda

a crença que eu guardava em vida linda,

que me envolvia a essência em luz provinda

das chamas alastradas, labaredas.

Agora, preso e teso neste barro

impuro, a receber viscoso escarro...

Ultraje a me impedir que persevere...

Daquela claridade, resta o fogo

queimando, lento, meu errado jogo

na realidade bruta que me fere.