A Catedral

A catedral.              

De repente me vi dentro da Catedral,

Conduzido por passos lentos, de repente

Aquela confusão que tinha em minha mente

Fez-me hirto igualmente a imagem de metal.

Frio, imóvel, a olhar fixo para o vitral,

Onde a Virgem esmaga o dorso da serpente,

O Arcanjo a dominar co'espada reluzente

O demônio…  e ao fundo o som de um coral. 

Ao canto de Te Deum* meu coração sofre,

Este coração é um hermético cofre...

E neste instante os sinos tocam os badalos!

Neste cofre contém serpentes e demônios

E sigo transformando a vida em pandemônios,

Sem espadas e fortes pés para esmagá-los.

                                Aracaju-Sergipe, 10/ 05/ 2021

*Te Deum = A vós,  ó Deus.