Enquanto, deslumbrada, olhavas o ondular
do mar infindo, eu via, em tua altiva fronte,
Em ondas, teu cabelo, a um fogo similar,
Um ruivo magistral, incêndio a mim defronte.
Enquanto, distraída, olhavas o horizonte,
Mirando sonhadora, o azul, sem fim, do mar,
O brilho e a placidez da mais serena fonte,
Embevecido, ao lado, eu via em teu olhar.
Envolta em meu abraço, entregue aos meus desvelos,
Singrando um mar vermelho em teus rubros cabelos,
Redescobria o céu no mel dos lábios teus.
A imensidão de azul, tocando no infinito,
Tornava o nosso encontro, eterno e tão bonito
Que pena... Veio a noite e, então, disseste adeus...