FEMININÍSSIMA

Na janela aberta, escapada flor

Estrogênio, sua dose mais pura

A enlevada e inescrutável cor

Nesta noite, tal insônia fura.

Da caleche a descer anágua alva

Embirotadas chamas milagrosas

Trás da moita, personagem salva

Observa, saracoteia e mudas rosas.

Queria essa como aquela, marido

Por mares onde passaria impune

Ao menos que proferisse alarido.

Assim, no regresso, seu sono retomou

A morder do travesseiro sua vergonha

Embora quisto, um homem não cercou.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 06/11/2007
Reeditado em 02/10/2013
Código do texto: T726212
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