ALMAS GÊMEAS

A cadência da chuva naquela tarde

Incessantemente morna de amor

Pôs minha alma triste em alarde

Por um sonho que era um primor.

Havia nele o marulhar de um beijo

O tamborilar das mãos em poesia

Um céu descoberto de amor e desejo

E o torrencial da paixão em sintonia.

Assim, eu vi a saudade do que fomos:

Da pura ardência à triste face molhada

Que insistiu me dizer que ainda somos

A estória da alma gêmea conspirada,

A melancolia de um sonho que transpomos

No tempo, aguardando a vida sonhada!

Vilma Orzari Piva

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Agradeço a maravilhosa interação

do nobre amigo poeta Edimar Luz.

A chuva vespertina molhando o olhar

Fertilizando as terras do coração

Onde brotam sonhos de amor a se realizar

Como uma planta secular viva e firme no chão.