SONETO DA FRAGILIDADE

me ponho contra o sol

para que vejas através da minha pele de pétalas

meu coração de nenúfar

meus ossos de teia de aranha

corre meu sangue de orvalho

para alimentar minhas células de cristal

sob minha carne de flores

e meus nervos de ninho de passarinho

me ponho contra o vento

para que me ampares se eu tombar

comprometendo a estrutura

me ponho contra a lua

para que vejas através do meu peito de seda

um amor que repousa sobre a espuma do mar