QUEBRA-QUEIXO
Juntar meu gosto ao gosto que tu tens,
Comendo a vida como quebra-queixo,
Lambendo os beiços com todo o desleixo
De quem não se importa com vinténs,
Vou, sem saber se um ou mais teréns
Ficam pelo caminho, assim deixo
A vida ir, e bem fora do eixo,
Vivendo e só o viver tendo por bens.
Nem sei se você gosta ou não de doce,
Mas mesmo que salgada a vida fosse,
Ainda ia gostar do gosto teu,
Pois do sal que eu guardo na doceira,
E o doce que ao saleiro enches à beira
É o puxa que alguém jamais comeu.