A Camões

Camões, eu sei, no tempo teu, antigo,

Embora a forma fosse destacada,

Algum deslize nunca foi perigo

De ser a lavra inteira criticada.

A cacofônica 'alma minha', amigo,

Por séculos não foi sequer notada.

Da métrica, ninguém dizia nada,

Que o joio não ofusca o puro trigo!

Há séculos, tu és considerado,

De todos, pelo esplêndido legado,

Da lira lusitana o rei eterno.

No entanto, se tiveres pretensão

De conservar reinado e tradição,

Afasta-te do crítico hodierno.

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 11/06/2021
Reeditado em 19/06/2021
Código do texto: T7276210
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