DOCE SAUDADE

Aquele beijo não dado

Da boca que nunca vi

E o enlace apertado

Dos braços que não senti,

O toque quente e molhado,

O grito que não ouvi

E o orgasmo sedado

Do corpo que não cobri,

Vão se guardar na lembrança,

Porque, além da distância,

Lhes condenou a vaidade,

Dando ao mais belo dos sonhos

Ares de tempos tristonhos

De uma doce saudade.