PANDÊMICO

A nuvem escura e lenta se arrasta

ao peso desses dias tão sofridos.

A serra que encarcera meus sentidos,

decreta a dura pena, em chuva vasta.

Os pingos precipitam qual ginastas,

rasgando, um a um, sonhos vencidos.

Na face cavam rios desabridos

que a fé navega e pra longe se afasta.

A tempestade, da alma, carpideira,

do desespero é velha passageira.

Viagem sem retorno rumo ao fundo.

A água, essência da viva matéria,

se esparrama feito letal bactéria...

Não sei se choro eu, ou chora o mundo!

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 23/06/2021
Reeditado em 06/10/2021
Código do texto: T7284938
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