O EU DE SEMPRE

No mundo a recortar-se em minha mente

O tempo é um tecido misturado,

Não sei se o que vejo é do passado

Ou o que há de vir já esteja no presente.

Do verbo ser que uso comumente

Na vida aqui fora deixo ao lado

O foi, o era e o será, tudo avistado

É parte do que sou atualmente.

O eu menino ingênuo, ali no canto,

Fala com o eu rapaz cheio de espanto

Ouvindo o eu adulto perspicaz...

E o eu velho, no mundo em desatino,

Transforma os três em nós, sendo o menino

O eu de um tempo que nunca se desfaz...