O MENSAGEIRO

A flecha da saudade aflige, bruta,

à noite se aconchega e me acompanha,

fustiga os olhos, cheia de artimanha,

querendo meus plangores, nesta luta.

Perante duas vozes, na disputa,

aos poucos, provo o gosto da façanha,

da sensação de alívio, doce e estranha,

trazida por aquela mais astuta.

Percebo, na lembrança, alguma pressa,

um colorido agora diferente,

motivo do soluço passageiro.

Encontro um andarilho que regressa,

estou comigo mesmo, frente a frente,

e a solidão me arranca, o mensageiro...