LIVRO ESQUECIDO
Um livro encardido de poeira,
Escrito à mão e nunca publicado,
Há muito tempo foi abandonado
No vão mais alto de uma prateleira.
A leitura que era rotineira
Despegou-se do olhar apaixonado
E o livro de versos inspirado
Em quem o tinha saiu da cabeceira.
Ninguém mais, hoje, prende a memória
Numa parte sequer da triste história
Desse frustrado caso de amor.
Mas a leitora antiga, se em segredo
Manteve ser o alento do enredo,
Talvez, até, amasse o escritor...