ATIVIDADE ABRASSO: SONETO ACRÓSTICO

(Sou o Aedo J.Udine)

ACRÓSTICO

S - Sou Jota Udine, o simples menestrel.

O - O eterno Deus de Amor rege e me guia.

U - Unge-me a fronte em Óleo de valia.

O - Obedeço, temente, a Luz do Céu,

A - A nutrir-me do Pão, sem qualquer fel.

E - É divino Manjar - a Eucaristia,

D - Doado pelo Deus-luz, da Alegria.

O - O Deus, que me ama, não me deixa ao léu!

J - Jota Udine venera o Deus Santíssimo,

U - Udine simplesmente ama o digníssimo

D - Deus, do grande Arquiteto do Universo.

I - inspirado por Ele, o poeta canta,

N - Nele, tudo o que existe me acalanta,

E - E, por Jesus, O louvo no meu verso!

(J. UDINE VASCONCELOS)

VOZES

V ozes de um verso seco e taciturno

E nvolvem-me na noite insone e escura,

R eabrem a ferida e a desventura

S ervem-me, com frieza, turno a turno.

O de de sentimento assaz soturno,

T angendo ao vento gélido a doçura...

A margo e triste verso configura

C enas de solidão, pesar noturno...

I nsiste o verso e chora a poesia,

T ristonha voz convence-me, macia,

U ngindo-me com óleo de alma irmã.

R espiro, então, e em sua benção tento

N idificar e, mesmo em sofrimento,

O oásis conceber com meu elã!

(GEISA ALVES)

EU HOJE VOU PULAR

E - Eu hoje vou dançar! São Pedro e São João

U - Um, dia vinte e quatro e o outro, vinte e nove.

H - Hoje vai ter foguete e vão soltar balão.

O - Olhe, até me arrepio... a festa me comove!

J - Já tá chegando o padre e a noiva de ‘automove’

E - E o noivo e o ‘véi’ Luiz Gonzaga do baião.

V - Venha você também... começa às dezenove!

O - Onze e meia começa a festa no salão.

U - Uma fogueira acesa, em frente, no terreiro,

P - Pernil assando em brasa, abóbora, batata...

U - Um beijo em Mariquinha, amor bem verdadeiro...

L - Lá vem quentão, que alegra... alegra e não maltrata!

A - Ah meu Nordeste lindo... agora e o ano inteiro!

R - Rapaz, amo essa terra assim... medida exata!

(INEIFRAN VARÃO)

SONHAR É PRECISO

S onhar não é fugir da realidade:

O mais certo momento da verdade;

N ada melhor - deixar o esquecimento,

H oje o tempo fornece bom fomento.

A viagem por nuvens é vontade

R aro minuto, larga liberdade;

É trégua que traz, sim, contentamento

P ara o homem haurir ditoso alento.

R eza a lenda xamânica gentia

E m crenças que alimentam as quimeras,

C onvictas do seu grande benefício.

I nstar como eficaz fé na magia,

S erenos voos tocam as esferas,

O sonho salva a vida sem auspício.

(BASILINA PEREIRA)

BOEMIA NA POESIA

Buscarei num poema explicar boemia,

Ofertar mais lirismo em meus versos rimados,

Emprestando ao meu tema esperança e magia

Muitas odes de amor em compassos marcados.

Inclusive, leitor, sou boêmio que cria

Através das canções meus cruéis predicados,

Navegando na dor em tenaz euforia

Atestada no palco entre sambas e fados.

Paro sempre num bar, procurando aconchego,

Ofertando paixões e promessas soturnas

Entre os falsos irmãos do meu pinho que chora...

Sendo ali o lugar, onde junto ao sossego,

Inspirei meu fervor pelas damas noturnas,

As amantes da dor que meu peito devora.

(PLÁCIDO AMARAL)

A NOBRE ACADEMIA

Artistas do soneto, os vates sonetistas,

Nestes meus versos quero, agindo com prazer,

O intento de, qual Leto, um tom discreto ter,

Buscando com esmero o meu lugar às vistas.

Revendo com carinho as regras já previstas,

Estimo muito, espero, então, um vate ser.

Assim, eu me submeto à norma de escrever

Como fazeis, reitero, a vós, grandes artistas.

A casa na qual entro, aceito, assim, por vós,

De fato, se faz centro e do metro é o Paço.

Esta agremiação, da poesia a voz,

Mostra valoração e busca o seu espaço;

Intento que se alia... Ardor de todos nós!

A Nobre Academia, a sempre forte ABRASSO!

(ISAÍAS RAMALHO DA SILVA)

COMO DEUS NOS AMA

C omo será o amor de Deus por nós?

O amor de Deus é bom e criativo,

M isericordioso e compassivo,

O s santos, pois, nos dá como trenós.

D eus não nos abandona ou deixa sós,

E le não é cruel nem vingativo.

U ntou a nossa forma com seu crivo,

S epara a cada filho o Seu kairós.

N ada pode deter o Seu amor,

O ceano de paz e de bondade,

S uave, fascinante, abrasador.

A mor imerecido que Ele oferta,

M esmo que não tenhamos lealdade.

A mor que cura, salva e nos liberta!

(LUCIANO DÍDIMO)

SOU UM POETA RARO

S e eu pudesse mudar o meu destino

O u talvez refazer a minha história,

U nindo a cada fase merencória

U ma alegria eterna de menino...

M as a tristeza, a dor e o desatino

P arecem povoar minha memória,

O fuscando qualquer visão de glória

E a beleza de um mundo cristalino!

T rago apenas um rosto em que persiste

A certeza do verso em que declaro:

R ealmente hei de ser um homem triste,

A lguém que está fadado ao desamparo.

R esta-me Deus? Família? Nada existe!

O uvir tal coisa, amigo, é muito raro!

(RAFAEL SANTOS FERREIRA)

PELA ARTE, MEU VOO

P rocuro a inspiração em cada gesto

E, na plasticidade, o dom que acalma;

L íricos versos nascem em minh'alma,

A limentando o peito em tom modesto.

A artéria pulsa alegre em manifesto,

R imando com desvelo, som e calma;

T ece a magia e, em ritmo bom, se espalma,

E o curso, assim, germina, ativo e lesto.

M omento fascinante, transcendente;

E nleva com fervor a toda a gente,

U ngindo de ternura a alma, decerto!

V oo nas asas da arte em poesia,

O nírico desejo que me guia:

O alçar de um passarinho, em céu, liberto!

(AILA BRITO)

ONIPOTENTE DEUS

O- O único que tem todo o poder,

N- Ninguém é semelhante ao Deus Altíssimo!

I- incomparável fonte do saber,

P- Para os Seus filhos todos é boníssimo!

O- O Pai que deu Seu filho pra morrer.

T- Tentou salvar o mundo. Ser Digníssimo!

E- E assim demonstrou todo o Seu querer,

N- Num mundo onde há desprezo ao Ser Santíssimo!

T- Teceu com perfeição todo o universo,

E- Ele é bondoso até com o perverso,

D- DEle provém a luz, a paz, o amor...

E- Ele merece toda adoração,

U- unção promete junto ao Seu perdão.

S- Sou dEle e para sempre é meu Senhor!

(MARLENE REIS)

SAUDADE MACHUCA

Saudade, és um licor entorpecente...

Adaga ornamentada, assaz cortante...

Um gole teu, em doce e breve guante,

Desfere fundo golpe à alma da gente...

A tua taça jorra impunemente...

Dois lados cortas tu ao mesmo instante...

Embriaguez de quem, ao teu talante,

Mendiga adormecer quando te sente...

Ausência contradita é ter-te perto!

Chorar ao degustar-te é um frescor

Hifenizando os que andam no deserto...

Um corte violento enquanto o for...

Contudo, só será de ti liberto

Aquele que jamais bebeu do amor...

(LUCIANA NOBRE)

PÁSSARO FERIDO

V iver assim, no inverno da esperança,

I ndiferente à vida, que declina,

D esencantada, alheia à própria sina,

A pós amar sem pejo, igual criança.

F erida, feito um pássaro que dança,

R evoa na fumaça e se alucina,

I ntimamente só – triste menina -

A pós dias de luz, de paz, bonança.

S em asas para o voo em liberdade,

E nsaia a queda livre na saudade,

M ais triste do que o fim, que adiante a espera.

S em mais sonhar com céus opalescentes,

O u cores irisadas dos poentes,

L ogo se entrega à morte, essa pantera.

(EDIR PINA DE BARROS)

SONETO DE ESPERANÇA

O- O mês de junho é sempre especial,

S- Sendo um tempo de festa por inteiro.

O- O bom seria mesmo um sanfoneiro,

N- Numa praça, na sala ou no quintal!

E- Estamos, entretanto, frente a um mal,

T- Todos contra o adversário traiçoeiro.

O- Os três Santos, no solo brasileiro,

D- De novo, passarão sem festival.

E- Esperança é o que resta ao povo, agora!

J- Já surgem novidades, mundo afora!

U- Unidos, confiemos no futuro!

N- No ano que vem, ao fim dessa agonia,

H- Há de surgir, então, um novo dia,

O- Oposto, em tudo, ao tempo, agora, escuro.

(FERNANDO BELINO)

BELA META: MEU LAR...

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Dedicado a minha vida pós alta hospitalar

após a cura da infecção pelo covid19

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Bendigo ao Universo, pela vida,

Etérea e ao mesmo tempo secular:

Lamento de alforria ou despedida,

Aceno de beleza a desatar!

.

Momento de incerteza ou de partida,

Ensejo de viver e terminar...

Tanto a fazer! A meta a ser cumprida,

A vida inteira para enfim, focar!

.

Meu lar me espera doce e aconchegante

E nele a minha amada, ser reinante,

Ufana-me com todo o seu frescor!

.

Levanto-me do leito do passado...

Arrumo as minhas coisas e indomado

Ressurjo para um mundo... e levo amor!

.

- (LUIZ ANTONIO CARDOSO) -

QUAL SERÁ MEU PÃO?...

Q — Qual pão, que alimentando minha fé —

U — ungida com a paz que me alforria,

A — aguça o olhar, além de São Tomé,

L — lançado sob a luz da poesia.

S — Se sobrevivo ao pulso da maré,

E — edificando o afeto como guia,

R — refaço, com os filhos, meu balé

Á — ágil e audaz, que a vida se abrevia...

M — Meus filhos — alegria que me abriga —

E — elevam minha terna e anil cantiga.

U — unindo céus e terra, em viva voz.

P — Polindo-me as arestas de conduta,

à — anjinhos, pois que afinam minha escuta,

O — os filhos são meu sumo e meu após...

(ELVIRA DRUMMOND)

CÉU DE PRIMAVERA

C- Canto canções floridas de ternura.

É- É primavera, o lírio está aberto.

U- Um dia de esperança — a paz murmura...

D- Diante do universo, o verso oferto!

E- Exponho sempre a fé na semeadura —

P- profunda sensação de Deus por perto.

R- Reluz a eternidade e, em mim, perdura

I- imenso florescer no meu deserto.

M- Medito, ao ver o sol no céu de anil—

A- abençoando a flor primaveril...

V- Vibro e percorro o campo multicor.

E- Elevo os braços, sou eterno amor...

R- Revelo a inspiração que fortalece —

A- amo exaltar as flores, numa prece!

(JANETE SALES)

MEU AMOR

Por tempos cultivei o amor no peito

Até beijar você e declarar-me...

Rendi-me à formosura do seu charme,

Agora então, meu bem, não tem mais jeito.

Você causou em mim um grande efeito,

Outrora inexplorado... Sem alarme

Chegou, sem pressa, para provocar-me

Êxtase puro. E tudo foi perfeito...

Minha princesa, minha amada amante,

Estarei com você a todo instante,

Unindo, assim, a nossa caminhada.

Bem sei, você foi meu maior presente

E eu viveria tudo novamente,

Meu grande amor e eterna namorada!

(GILLIARD SANTOS)

DOAR AMOR FAZ BEM

D iante das mazelas desta vida,

O previdente ser humano espalha

A quele grão de glória desmedida,

R ecurso que destrói qualquer muralha.

A força da semente florescida

M itiga as consequências da batalha,

O ferta um sentimento que valida

R isonhas faces: tudo se agasalha.

F iemos nas veredas do roteiro

A s linhas elegantes de um canteiro,

Z elando pelas rosas do futuro!

B endito seja sempre o engajamento

E stimulado em gestos de acalento:

M ergulha em mais amor quem doa, é puro.

(JERSON BRITO)

ALMA MATER

Ah! Nasce, cresce, segue a trajetória,

Contraria a tendência desse instante,

Aglomera essa nata tão brilhante

De vates a compor a tua história.

Enaltece teus filhos nessa glória,

Mãe orientadora e cativante,

Instrumenta-os de modo assaz marcante

À plena perfeição, pura e notória.

Braços dados num único objetivo:

Resgatar o Soneto do passivo;

As clássicas regências redimir.

Sê venturosa nesses teus intentos,

Sodalício de esplêndidos talentos,

Ó Alma Mater! Seio a nos nutrir.

(PAULINO LIMA)

7496-DIACRÓSTICO AMOR É UMA LEI

-

[A]-Amor é fruto; dá[A] em boa terra;

[M]-Molda poder e ao fim[M] plantar também.

[A]-Áureo Portal, maná[A], pois cura encerra.

[R]-Rega ternura à flor[R] que doa a alguém.

-

[A]-Anel desfeito m[A]rca olhar, descerra!

[M]-Magia ecoa além[M]... Justiça a quem

[O]-Ostenta efeito ao [O]outro; voz não erra;

[R]-Resgata a LEI Maior[R] e reza, Amém!

-

[U]-Unido, porta abriu[U]: Casal sorriu...

[M]-Melhor abraço, sim[M], beijar seduz;

[A]-A livre escolha tr[A]z vinte e um de abril.

-

[L]-Liberta a luz do sol[L], por ser capaz:

[E]-Enfeita o laço, g[E]nte ri, conduz...

[I]-Irmãos são entre si[I]: perdão e paz.

(SÍLVIA ARAÚJO MOTTA)

SÃO PEDRO E PAULO

Simão, o pescador da Galileia,

Apóstolo de Cristo fez-se Pedro,

O bispo primitivo, és paredro

Primeiro de uma cátedra assembleia.

E Saulo apareceu com outra ideia,

Descrente em caminhada assim alpedro,

Rapaz perseguidor, nas mãos, moledro,

Ouviu seu nome é Paulo e então estreia,

Em meio aos seguidores do Messias,

Por sua conversão, seu ministério.

Ao lado então de Pedro, Roma-império

Um martírio prepara com sangrias,

Levando Pedro e Paulo às santidades,

Os santos que da Igreja são deidades.

(MÁRCIO ADRIANO MORAES)

Academia Brasileira de Sonetistas ABRASSO
Enviado por Academia Brasileira de Sonetistas ABRASSO em 05/07/2021
Reeditado em 08/09/2021
Código do texto: T7293612
Classificação de conteúdo: seguro
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