SONETO DA VAMPIRA

este é o conteúdo do meu sangue,

de onde jamais tirarás sustento

tampouco levedura, fermento.

química de muita água e pouco tang.

não entendo quando me cercas

cobiçando minha ordinária jugular.

por ventura queres ver o sangue jorrar

ou apenas teces a teia para que não me percas?

a ceia não será em vão

pois, se não me sugas a veia,

quiçá devores meu coração.

e se coração não houver à mesa,

certamente encontrarás opção

na frágil carcaça desta tua presa.