VELHO BEIJA-FLOR
Minha alma hoje é a de um velho beija-flor
Que mesmo de asas lentas pela idade
Pensa em enfrentar a tempestade
Para ir colher o néctar de uma flor.
Abandonada ao galho ela ficou
A ver o colibri em plena mocidade
Alimentar de mel sua vaidade,
Tendo em cada jardim um novo amor.
O velho beija-flor sofrendo nota
Que do deixar a flor na era remota
Restou perdida a vida que queria.
Sabe que as flores caem na estação,
E quer que a flor se havendo ao rés chão
Que onde caiu se dê seu último dia.