VESTIDOS DE MALÍCIA

Sentindo em teu afago suavidade,

querida, galgo nuvens, cambaleio

e espasmos denunciam todo o enleio

envolto na voraz carnalidade.

Entrego o coração à tempestade

formada pela ardência e me incendeio,

dos teus sabores sirvo meu anseio,

mergulho em languidez, docilidade.

A troca de sussurros que consome,

vestida de malícia, aumenta a fome,

lacera, do pudor, qualquer barreira.

Se o desespero lúbrico protesta

e os olhos, corpos, lábios fazem festa,

é nossa, meu amor, a noite inteira.