SHORTINHO
Debaixo do shortinho, ai Jesus,
Há um sertão inteiro a se ver
E nem mais sei o que devo fazer
Pra ter de volta os olhos que ali pus.
Cruza as pernas e o shortinho se reduz,
Não conseguindo mais nem esconder
O que à “bila dos zóis” dá-se a comer
Como café com queijo e cuscuz...
No sertão toda terra dá fartura,
Mas o shortinho desta criatura,
Sem cobrir a raiz do pé de flor,
Parece um broto sem rega, eu suspeito,
Mas se eu, bom capineiro, for aceito,
Farei dar muitos frutos, sim senhor.