Canção ao poema celebrado

Empunhar a espada no travesseiro
entre quarto paredes perfumadas,
multiplicado por dois e representado
por nós na despedida da encenação.

A secura poeirenta dos sonhos,
encantado na loirice da trigueira
de luzeiros glaucos que retamente
projetou as linhas de sua silhueta.

Na canção rouca do poema dividido,
nas cifras rimadas da angustia em melancolia,
armadas nos encontros marcados da vida.

Surpreendendo na graça encantada
do poeta que narra como artista nostálgico,
a cor do poema celebrado na morena de olhos esverdeados