Noturno II

Hoje sou o demônio tenaz que caça

Na floresta escura da alma um caçador

Já não procuro o fim de tanta Dor

Despudorada criatura em desgraça.

Agora o momento infernal não passa

Flébil ardil baixo do idealizador

No hiante calote o último ardor

Servindo o vinho sanguíneo na taça.

Sou como o poeta na dor sem sossego

Nos prazeres estéril desapego

Que sentes na vida a morte do sim.

Na chaga aberta o íntimo desperta

No laço envolta do pescoço aperta

Deixando na tez uma marca sem fim.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 10/08/2021
Código do texto: T7318130
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