É por você que conto
É por você que conto
Quanto mais demorado o tempo passa,
Mais aumenta essa forte inquietação,
Conto o tempo que falta e a previsão
Perde-se nesta frente fria lassa.
Conto as horas e tua saudade grassa
Dentro de mim fazendo introspecção,
Conto os dias e não conto a aflição,
Que me trespassa a rés cinzenta massa.
Nas contas do rosário conto a dança
Da inflexibilidade da tardança,
Mas que não me tira o ânimo da espera…
Venho a contar do hesterno ao hodierno
E ainda que demore o frio inverno,
Haverá de chegar a primavera.
Aracaju - Sergipe, 28/05/2021