MEIA SETE

Eu já tive um fusca meia sete

E dava-lhe tal zelo e carinho

Que me sentia dentro do carrinho,

Guiando um mustang ou um corvette.

Nos idos da anágua e do corpete

Era impossível nele andar sozinho,

Se as meninas ao vê-lo no caminho

Disputavam a volta no bofete.

Mas é sabido, o tempo sempre roda,

O fusca antigo já saiu de moda,

E o modelo novo nem se busca.

Hoje sessenta e sete anos tenho,

E na pista da vida o desempenho

Fica muito a dever ao velho fusca.