Poeta Maldito
Bardo errante e maldito,
Com o crânio febril a esmaecer,
Sob a mortalha do fenecer...
Sua agrura levada ao silamento.
Seu estofo carnal olvidado,
Em uma frígida e estéril sepultura,
Lúridos bernes, dando epílogo a sua desventura,
Sob o velário da morte, o cingir ledo.
Seu halo no ósculo do ataúde,
Na campa... O findar do amor debalde,
E do sonho do ulterior de ventura.
Em seus versos indeléveis,
E no fulgor dos seus tomos afáveis,
Seus ínferos sentimentos, a errar pela Terra.
Em V de março de MMXXI. E. V.
Dies veneris.