Poeta Maldito

Bardo errante e maldito,

Com o crânio febril a esmaecer,

Sob a mortalha do fenecer...

Sua agrura levada ao silamento.

Seu estofo carnal olvidado,

Em uma frígida e estéril sepultura,

Lúridos bernes, dando epílogo a sua desventura,

Sob o velário da morte, o cingir ledo.

Seu halo no ósculo do ataúde,

Na campa... O findar do amor debalde,

E do sonho do ulterior de ventura.

Em seus versos indeléveis,

E no fulgor dos seus tomos afáveis,

Seus ínferos sentimentos, a errar pela Terra.

Em V de março de MMXXI. E. V.

Dies veneris.

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 18/08/2021
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