Gris Alvorecer

No intumescer das horas,

O leito deveras algente.

A alcova é uma ermida silente,

Donde as lembranças atras...

Cinzeladas, em lágrimas álgidas,

Deitadas no cenho langue,

A morte o íntimo tange,

Em ósculos de volúpias tredas.

Gris horizonte do alvorecer,

Nos trinos de augúrios e padecer,

Atro olor da dolência.

Tropel da turba a ecoar,

No dia a encetar,

E minh’ alma dolente na agrura silencia.

Em XVIII de setembro de MMXIX. E. V.

Dies martis.

Marvyn Castilho.

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 26/08/2021
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