Gris Alvorecer
No intumescer das horas,
O leito deveras algente.
A alcova é uma ermida silente,
Donde as lembranças atras...
Cinzeladas, em lágrimas álgidas,
Deitadas no cenho langue,
A morte o íntimo tange,
Em ósculos de volúpias tredas.
Gris horizonte do alvorecer,
Nos trinos de augúrios e padecer,
Atro olor da dolência.
Tropel da turba a ecoar,
No dia a encetar,
E minh’ alma dolente na agrura silencia.
Em XVIII de setembro de MMXIX. E. V.
Dies martis.
Marvyn Castilho.