INVERNO PERENE

Os campos estão vazios agora

A pobre terra… não aguenta o arado…

O solo cicatriza, esmorecido, rachado

E só cultiva ossos secos de outrora.

O preto com branco… finda a flora

Os meandros deram o resultado,

E o ferro fundido bate compassado

No som solitário… de uma demora.

Cá estou eu, num alpendre qualquer

Fruto de um seco fruto caído do pé

A espera das torres altas do verão.

Talvez esse seja meu inverno perene

Sem raios, só a luz de querosene

Que alumia meus olhos de sertão.

Wotson de Assis
Enviado por Wotson de Assis em 28/08/2021
Código do texto: T7330501
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