O teatro

Estreitam-se da nossa Pátria as cercanias,

cresce a fome com a fuga das divisas, ri a peste.

A Nação, outrora honesta, se rende à tirania

de quem ouro recolhe e de poder se veste.

Queixoso é o povo dessa Lei que o oprime;

a sangria corre solta em cada Estado;

quem matou se desculpa e se redime:

a Mão do Poder é branca e sem pecado.

Olhem bem, vejam só os desgraçados.

NEROS se protegem na armadura

dos votos que lhes demos. Fazem festa!

Só nos cabem os ossos rejeitados.

O País é um teatro e A Ditadura

é a peça a que assistimos. Nada resta...