Cartas

Entrego- te os meus versos agora,

Todos os versos que compus por amor,

Desvalidos ,sem rimas e no torpor

D'Angústia da sua falta, minha senhora.

Para que os guardem, por anos, hora

Ou um segundo só, o que for.

E que deixeis contigo em calor

Para impedires que não vão embora.

Mas não façais com meus versos

O que fizestes com tudo que lhe dei antes,

Guarde-os contigo apenas,num canto.

São eles o fruto amargo e disperso

Da paga dos meus zelos infantes

Das horas dedicadas em que te amei tanto!

Paulo Roberto Benedito
Enviado por Paulo Roberto Benedito em 11/09/2021
Reeditado em 11/09/2021
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