Dança da poesia

Dança dos tempos perdidos,
na surpresa do dia intencionado,
na visão do descaso vivido,
na imensidão da foto envelhecida.

Envelhecida no bailado sem medo,
coreografado na despedida da frase
sem efeito, fingido no choro,
enfrentado na solidão do adeus.

Adeus expandido na roda-viva
da confissão praticada sem pressa,
no sarau da dor causada na frase incorreta.

Incorreta na inexistência da causa perdida,
na desordem tumultuada no centro
de uma Brasília sitiada por poetas e poemas.