EUNUCO

Em carnes plangem, cantam breve os ossos;

Em sangue ferve a chuva dos hormônios

E forma os meus tristonhos patrimônios

O corpo, um dote em trágicos destroços!

Requerem os cabelos, matrimônios;

Os pelos, os espinhos, os caroços

Reclamam por aqueles beijos nossos,

Por vários diviníssimos demônios!

Enaltecem os homens a ciência,

A erudição e o meu conhecimento

Rejeitando que tenho a florescência...

Um dia, lastimei em choro lento,

Então me perguntaram sem clemência:

“Quer dizer que você tem sentimento?!”