Mara

Oh, Mara! Como pode um nome, assim,

Lembrar o amargo e ser doçura apenas!

No encontro inicial, manhãs amenas,

Abraços... beijos... e um sonhar sem fim...

O mel de amar é sempre incerto. E, enfim,

O vento sopra, intenso, agudas penas.

E chegam noites de tristezas plenas,

Dizendo um Não ao quase ingênuo Sim.

Ninguém diria, ao ver tamanho encanto,

Que fosse haver espaço para o pranto,

Em nosso idílio cheio de ternura.

Jamais pensasse lancinante fosse

Mostrar-se, um bem essencialmente doce,

Tornando a vida abismo de amargura.

Versão

Oh, Mara! Como pode um nome assim

Lembrar o amargo, e ser doçura apenas?

Teu riso e a seda em tuas mãos pequenas,

A boca rubra e os olhos mel sem fim.

A dor de amar é quase certa, enfim,

Faz tempestade em tardes tão serenas.

No amaro tom de tão agudas penas,

A vida é quem decide um não ou sim!

Que triste... E tanto para ser bonito

O nosso enleio, ensaios de ternura.

Mas já trazias tudo em nome escrito.

Jamais, alguém diria, em tal dulçor

Houvesse espaço para essa amargura

De ser marcada a vida em tanta dor.

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 03/10/2021
Reeditado em 03/01/2022
Código do texto: T7355422
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