O caminho do pecado

Sob visão turva d'um olhar molhado,

Vi, distante, os portões do submundo

Abrindo-se pra mim e lá fui fundo,

Permitindo-me seguir esse chamado.

A mão manchou de sangue mui imundo

E o meu caminho ficou enlamaçado.

Olhei pro céu sentindo envergonhado,

Mas pra isso aliviar pequei profundo.

Pelo pranto d'uma dor constante,

Soltei a mão de Deus e fui avante

Deixando-me cegar pela maldade.

Do sangue do pecado me sujando

Fui além, mais diante, mais pecando,

Assim perdendo a imortalidade.

Anne Negreiros
Enviado por Anne Negreiros em 04/10/2021
Reeditado em 04/10/2021
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