BORBOLETA

Há uma borboleta aveludada

De cor interna rósea como flor,

Que em fios de rama vive disfarçada,

E tem por nome bruxa do amor.

Quando pela manhã é despertada

Com leves toques põe-se ao dispor

De quem vê a extensão bem apanhada

Do galho oscilante em que pousou.

E por mais que a planta onde se abriga

Tremule suas galhas sem fadiga

Não é de desistir do habitat.

Quem cuida com paixão tal borboleta,

Sem ir do chão, unido à silhueta,

Um céu de estrelas pode alcançar.