ELEVAÇÃO


Quando descansar quer o dia, de tanta lida,
À tarde, companheira silenciosa, chama.
Sem rumores, de tão quieta, faz doce acolhida
Na sozinha alma triste. Só, o amor proclama.


Finda essa tarde azul tão calma, o vento ouvindo;
Espera das estrelas o brilho radiante,
Da bela prateada acompanhada e, rindo,
Com entreabertos lábios, lindo e triunfante.


Deixa-se assim levar o dia e a tarde cede
Aos sussurros da noite, e, dolente se senta
Beija a suave relva, macio tão verde.


Ao contato seu, chora a terra, e, o pranto meu
De comovido encanto, nas serenas mãos
De amor flor, de paz, a fronte eleva-se oração.