NA MADRUGADA

um aperto no peito árido e ramoso

sussurrando a saudade num rigor

suspirando a dor cheia de amargor

um silêncio nu, descalço e moroso

uma encenação do sono malicioso

um pactuar medroso com o temor

um desanimo calado em dó menor

um maldoso sentir vazio assustoso

a soltar dos olhos lágrimas sofridas

partidas, uma sensação desfolhada

como se estivesse esfolando vidas

assim, adentra cada minuto do nada

numa ausência e sofrências nutridas

no compulsar solitário da madrugada

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

04’08”, 17/10/2021 – Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/2OUANI_V8GI

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 17/10/2021
Reeditado em 17/10/2021
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