MANCHA

Uma pequena mancha de passado

Eu trago indelével em meu rosto,

Por ela há vez que provo o desgosto

E, também, o prazer de ter guardado.

Ninguém que me conheça tem notado

Aquilo que me causa contragosto,

E que Deus quis manter em mim exposto,

A lembrar-me o por Ele ensinado.

Disfarço com um riso a cicatriz,

Para alguns, as rugas de feliz

Face erguida aos toques da idade.

Essa pequena mancha em mim nasce,

Aos outros, invisível, sobre a face.

Quando de mim me encho de saudade.