PLÁGIO MOSÁICO

Não passarinho feito o Quintana,

Embora alente o sonho de voar,

Não para em Pasárgada chegar

E me esbaldar na casa de Mãe Joana.

Eu juro, não perdi a tramontana

Nas pedras dos caminhos, calma lá,

Drummond, Camões, Bandeira, saiam já,

Sentem suas bundas noutra caravana.

Voltando ao poeta, lá do passarinho,

Se tu me amas, ame-me baixinho

E sem ser breve, dê-me a paz de rei...

Neste soneto nem tudo é besteira,

O plágio de Quintana é a maneira

De dizer-te o que a outra não direi.