EPÍLOGO DA VIDA

Faminta, absconsa, imponderada, cega!*

Dos olhos o pavor deveras salta.

Com seu insidioso abraço, a incauta

cumpre impiedosa a nefasta entrega.

À porta, quando a Lua já vai alta,

anuncia o fim de qualquer refrega.

Se o Sol com seu calor ainda rega,

a vil, à luz do dia, o aflito assalta.

Os vermes em solitária exceção,

saúdam-na em pungente comoção!

A mão que alimenta é a mais querida…

Por mais que dela imputem injustiças,

qual fosse uma imagética Suíça,

a Morte iguala todos nessa vida!

(*) Cruz e Souza, in “Ironia de lágrimas”

(**) em interação ao soneto “A morte” de Fernando Belino.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 09/11/2021
Código do texto: T7381734
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