Dermes marcias

Nas dermes macias ilusões deflagradas,
Bebeste de um cálice com vinho apurado,
De juras benditas e de amor confessado,
De risos e cantos e emoções afloradas.

Mas à sombra dos cedros manhãs tão tristonhas,
Na beleza do sonho a doçura do vinho,
Destoaram às cores, podaram teu linho,
Paisagens floridas já não são tão risonhas.

Vicejou solidão no solar da existência,
E na alcatéia dos sonhos dormiu a emoção,
Sem jardim, sem perfume, sem infrutescência.

E namorando-te o vento a textura da alma,
Desperta num toque algodoada canção,
E embriagada esperança no peito espalma!